Meditação de Libertação

Meditação de Libertação
Vários são os caminhos para que o homem possa estar de bem com ele mesmo e com a vida. A música suave traz harmonias de um mundo superior, atraindo belezas do Universo e emoções profundas, como de um amor adormecido. Além da música, conhecemos a leitura, os jogos de mesa, as caminhadas, a cromoterapia, a aromaterapia, a meditação, a oração e outros.
Acredito que os estudos profundos e a meditação são os caminhos que levam o Ser Humano a Deus, pois para conectar-se com o Todo Poderoso é necessário uma postura de introspecção e de respeito. Deus "sabe" tudo sobre o homem, pois Ele "vê" em todas as partes. Os bons e elevados pensamentos são formas de contemplação e de conexão com Deus, mas sem a necessidade de ficar completamente absorvidos por eles.
A Paz Interior, independentemente da técnica, pode ser encontrada em nossos pensamentos, que é a nossa grande arma contra os problemas. Quando aprendermos e atuarmos como seres pacíficos, transformaremos-nos em seres mais maduros.
Mudar nosso "eu" mais profundo, para que novas crenças possam trazer nova concepção de vida e de sensações, ajudará que o mundo exterior reflita em nosso mundo interior. Nenhuma mudança é rápida e simples. Normalmente é lenta e dolorosa, mas podemos ajudar muito em nosso processo de crescimento pessoal, ajudando a nós mesmos.
Uma Técnica de Meditação
Esteja em uma habitação tranqüila, sem ruídos, com uma temperatura agradável e de suave iluminação; Feche os olhos e relaxar.
Respire pausadamente, afastando as lembranças que incomodam a mente;
Não se preocupe com a duração da meditação, o que vale é a regularidade e a constância, que são essenciais para controlar a dispersão mental;
Pratique com os olhos fechados e com o corpo imóvel, pois será mais fácil para conseguir explorar outras dimensões, libertando a mente, o corpo e as emoções;
Os exercícios simples são os melhores no início. A concentração na luz branca propicia o encontro com a divindade.
O objetivo é criar um estado de expansão de consciência, que devolve a Unidade originária perdida. Quando aprendermos que o Universo é a consciência que nos abraça de forma amorosa, para elevar-nos a Planos Superiores, conseguiremos harmonizar com o infinito que nos rodeia e fluir com a existência. Somos partes que, ao integrar-se no Todo, encontram a felicidade em um sentimento absoluto.
Gastamos erradamente nossas energias tentando sobreviver entre as intrigas e as dificuldades criadas por nosso próprio ego, enquanto a paz consiste simplesmente em nos entregar por completo à vida.
A magia é a arte de redescobrir a verdadeira natureza do homem, seu verdadeiro ser. Por meio de processos ritualísticos e de uma maior aproximação ao aspecto mais sutil da vida, consegue-se despertar novamente os poderes adormecidos por causa de nossa ligação com a matéria e com a razão. A busca de nossas nobres e esquecidas origens é um redescobrimento de nosso verdadeiro ser e o encontro com nosso futuro dourado, com um novo homem e uma nova sociedade.
Nossa Viagem 
Primeiramente, devemos colocar-nos em uma postura relaxada e o mais cômoda possível. Procure liberar a mente de todos os pensamentos, sentimentos e até mesmo das contradições. Somos nós que escolhemos a maneira de "ver" a vida e as experiências. A música suave, lenta e baixa também poderá ser agradável. A concentração é indispensável para conseguir a captação de energia externa do Universo.
Na aventura de um passeio matinal, procure descobrir um sendeiro que possa conduzi-lo ao alto de uma colina. Deixemos que nossa mente passeie lentamente pelas verdes colinas e bosques do Reino de Arthur.
 Deixemos que guie nossa intuição e nosso coração. Imaginemos os personagens das Lendas Arturianas, de acordo com nossa intuição. Irão surgindo lentamente, e perceberemos que seus olhares para nossa pessoa são por um lado curiosos e por outro inquisitivos, como que perguntando o motivo de nosso chamamento. Nesse momento, devemos abrir nossos sentimentos sem medos ou temores.
 Primeiramente, encontraremos os druidas, que eram sacerdotes, juízes, sábios, curandeiros e médicos ao mesmo tempo, das antigas nações célticas da Gália, Grã-Bretanha e Alemanha. Os druidas consideravam o fogo como um símbolo de divindade, e para tanto, nesta nossa viagem, acendem uma grande fogueira no meio de um bosque de carvalhos. Iniciam sua viagem pelo mundo espiritual com uma cerimônia com músicas, danças e ritmos de tambores. Desperta-se nosso "interior". Merlim, o mago, com seus cabelos brancos, combinando com sua túnica, envolvido nos ares do mistério, com um olhar de infinita profundidade, única para aqueles que conhecem os Mistérios da Criação, será nosso guia nesta viagem. Teremos sua ajuda e proteção contra os seres que povoam as dimensões astrais.
Ao mesmo tempo, Merlim é a imagem de alguém que emana a felicidade. Ele analisa com sabedoria e em toda sua complexidade os problemas interiores da humanidade e os reduz na mais hermosa simplicidade. Com ele se aprende que a felicidade realmente existe, que está a nosso alcance e que não consiste em alcançar objetivos, mas em não se opor à resistência do fluxo da vida. Em seu entorno, a natureza é virgem, o solo é macio como um tapete verde das plantas e os rios brilham como os raios do sol, que alguns homens podem ver neles a origem do mundo.
Esta idéia de beleza proporciona noções de harmonia, de conhecimento e de paz, e Merlim nos leva para a aventura que consiste na busca de vínculos para o reencontro do verdadeiro ser. Ele nos mostrará em primeiro lugar o bosque sagrado, onde reina a paz e nos ensinará a linguagem dos pássaros, que nos aproximará à Divindade. Explicará sobre esta Tradição, que procede de uma cultura muito antiga, que tinha como base a liberdade individual.
 Neste momento, veremos dois caminhos, o do bem e do mal. Seremos livres para tomarmos um dos dois caminhos, de interromper nossa viagem ou também de deixar a decisão para outro momento e seguir em frente. Procure não se aborrecer consigo mesmo. No mundo já existem muitas críticas, e não é necessário que você se autocritique. Nós não erramos, simplesmente fazemos determinadas coisas para aprender e não voltar a repeti-las de novo. Depois de refletir sobre os caminhos, iremos para a Torre Encantada do druida, o lugar onde o tempo não existe.
A Torre é composta de sete andares, unidos por uma escada em forma de caracol, iluminada por tochas, que refletem luzes multicoloridas. Lembre-se que é importante pedir permissão para entrar na casa de alguém. Em cada andar existe uma habitação de sabedoria e de prova. Na primeira, veremos a nós mesmos, quando éramos crianças, rodeados pelos seres queridos. Meditaremos sobre as primeiras decisões tomadas por nós na vida. Tome o tempo que seja necessário, procurando respirar pausadamente.
Quando terminar, perceberá que é noite, e a lua está encoberta por nuvens. Não se preocupe com as dificuldades, pois a natureza é sábia e nos dá soluções para tudo. Como o elemento luz desapareceu, deixando-nos na mais profunda escuridão, ela também nos proporciona o elemento fogo, para que nos iluminemos, que vem das tochas acesas. Neste momento, inicia-se a subida para o segundo andar da Torre, que corresponde à nossa adolescência, e aí analisaremos os vários sentimentos contraditórios, próprios da idade e de nossa própria rebeldia por falta de maturidade.
A noite está fria, mas encontraremos uma chaminé acesa, para que possa nos aquecer durante os momentos de reflexão sobre este período de vida. Este andar está praticamente sem móveis, somente com a chaminé acesa e um tapete estendido no chão, mas tudo é maravilhoso quando utilizado com consciência e compartilhado com amor. Posteriormente, inicia-se a subida para o terceiro andar, onde nos veremos com mais idade, imersos na luta para conseguir nossas próprias metas, debatendo-nos entre conseguir o triunfo fácil ou o árduo, que produz a estabilidade. As reflexões são maiores, com mais consciência, pois o que significa a maior das fortunas materiais comparada com o tesouro do Espírito? A sabedoria é uma riqueza que não se pode comprar. Neste momento, percebemos um aglomerado de cristais, cujo contorno recorda uma flor. A observação levar-nos-á a pensar que estes cristais têm milhões de anos, e estão aqui desde o nascimento da Terra, para canalização de energias.
Seguindo o caminho da Torre, e de uma subida difícil, chegaremos ao quarto andar, onde nos veremos anciãos, repassando o fim de nossa vida e refletindo sobre o positivo e negativo da mesma, com olhos de imparcialidade suprema. Neste andar, veremos nas paredes fascinantes escritos de uma língua desconhecida e símbolos sagrados. Os símbolos são dos druidas. Existe também uma mesa de cor escura e certamente será a mesa de algum ritual, para celebrar alguma cerimônia.
 Neste momento, deparamos-nos com Merlim, que não nos dirige a palavra, somente nos mira e nos faz gestos para que passemos ao quinto andar, onde, ao entrar, veremos as imensas riquezas acumuladas. Poderemos tomar a decisão de levarmos algumas, todas ou nenhuma. Se decidirmos por esta última, passaremos à penúltima etapa. Chegaremos à um local que nada se consegue de forma fácil, onde se deve lutar para nossa elevação material, pois neste mundo vivemos, mas que deve ser em perfeito equilíbrio com nosso lado espiritual. Se aceitarmos este caminho, passaremos ao último andar.
Por termos ainda vínculos terrenos, somente poderemos entrever uma parte. É um lugar onde podemos ver a luz dourada do Universo, além do azul celeste e de várias outras cores, que são infinitamente maravilhosas e indescritíveis. A música chega aos nossos ouvidos e nos faz vibrar de felicidade, até à nossa última molécula. Sabemos que estamos no Umbral da Transcendência. P
assamos as provas iniciáticas que nosso silencioso druida Merlim nos impôs, e por haver conseguido, apresenta-nos ao Rei Arthur para que, sendo armados Cavaleiros, tomemos assento na Távola Redonda, onde um nome, o nosso, já está inscrito no respaldo de uma das cadeiras, juntamente com nosso signo zodiacal. Nossa viagem não se acabou. Merlim irá nos apresentando a diferentes personagens para que, escutando-os ou observando-os, elejamos o Caminho que queremos para nós mesmos. Como os Caminhos são vários e os temores são normais, o Rei Arthur nos abraçará em sinal de paz e amor.
 Neste momento, como num estalido de luz, nos encontraremos fundidos em seu ser, e com ele viveremos momentos inesquecíveis: conseguiremos tirar a espada presa na pedra; viveremos sua Iniciação na Ilha de Avalon; entenderemos seu pecado involuntário com sua irmã Morgana; sentiremos seu amor por Guinevere. Poderemos viver suas lutas de cavaleiros e também em defesa de Grã-Bretanha, acompanhados por Lancelot e seus Cavaleiros da Távola Redonda, além de sua aversão por Mordred, seu filho incestuoso; o grande amor fraternal por Lancelot e sua grande decepção com sua traição. A batalha final, a morte de Mordred e a sua própria.
Aparecerá para nós a barca mágica, surgida das névoas do lago, onde as três rainhas acompanharão ao rei até Avalon, sua morada definitiva. Da vida do rei deveremos reflexionar, não para julgar, mas para não cometermos os mesmos erros que as paixões, o poder e a riqueza podem trazer para nossa vida pessoal. Merlim mostrar-nos-á Guinevere com Lancelot, entrelaçados em seu grande amor; fingindo a rainha perante seu esposo e Lancelot debatendo-se entre o amor à rainha e a honra devida a seu rei e amigo. Ser-nos-á apresentado, como final, a Guinevere enclaustrada em um convento, e Lancelot, uma vez perdida sua lucidez, transformado em andarilho. Desta passagem, devemos refletir sobre a palavra honra. Bem precioso a resguardar, tanto o nosso como o alheio. Aproximarem-nos a Morgana, a fada e a maga. Ela foi protetora de Arthur, mas também sua inimiga. Quando iniciou seu caminho iniciático, poderia ter sido a Dama do Lago e ter regido em Avalon, mas preferiu distanciar-se da Transcendência Espiritual, não escutando os avisos de Merlim, o druida. Morgana teve uma vida plena de infelicidade. Nossa reflexão deverá fixar-se sobre o caminho da espiritualidade, que é o único que leva à divindade e esta, para a felicidade.
O guia Merlim mostra-nos agora Avalon, o reino da magia, das fadas, dos elfos, onde impera a beleza e onde se cuida do delicado equilíbrio entre a matéria e o espírito terrenal. É uma terra muito distante, pois é uma ilha, mas ali a vida é eterna e coberta de flores, de muitas e belas flores. Ali não existem lamentos, traições ou dor. Não existe a morte, o sofrimento ou a enfermidade. Não existe tristeza, só uma alegria sem fim. Ali, a felicidade é eterna.
 É uma ilha rodeada por uma névoa encantada... Mundo atualmente perdido como conseqüência de nossos atos. Merlim com seu olhar, triste neste caso, demonstra-nos que quando o equilíbrio mencionado se perde, predominando a matéria, perde-se também o paraíso, que se afasta por causa de nossa própria distância. Finalmente nos encontraremos com o melhor Cavaleiro do mundo, o admirável Galahad, espelho que devemos nos mirar. Nosso arquétipo Cavaleiro, vestido com sua couraça de prata reluzente, está rodeado de uma luz muito branca, da pureza, e entre suas mãos estendidas para nós, leva o Santo Graal, que nos oferece com um sorriso amoroso, para que se derrame sobre nós o néctar sagrado do amor em nossos corações.
Quando o momento for oportuno, deverá despedir-se do druida Merlim, do Rei Arthur, de Morgana, de Galahad e de todos os personagens das Lendas Arturianas, procurando partir da mesma maneira, passando pelas verdes colinas.
A viagem de regresso deverá ser breve, e uma vez que se sinta em terra firme, deverá começar a recobrar a consciência cotidiana. Procure respirar lentamente, sentindo todo o centro do corpo, para depois sentir as extremidades.
 Quando se sentir preparado, poderá aprender mais sobre os mistérios das viagens ao coração oculto. Oxalá que você continue encontrando riquezas e conhecimentos, cada vez mais profundos, nas terras do Rei Arthur.