Ruysch e Mercator basearam suas concepções em "Inventio Fortunatae ("Descobertas Afortunadas"), obra da década de 1360 atribuída a um franciscano de Oxford, possivelmente um certo "Hugo da Irlanda", que mais tarde foi perdida.
Na época de Mercator era conhecida por meio de um resumo de Jacobus Cnoyen ou Jakob van Knoyen, que também desapareceu. Hoje, restam delas apenas as citações contidas em uma carta de Mercator ao astrólogo e astrônomo inglês John Dee.
O franciscano supostamente estivera em várias ilhas do extremo norte com um astrolábio (com o qual registrara as latitudes) e fazia um relato de sua viagem ao rei da Inglaterra, Eduardo III, interessado em possibilidades comerciais na região, abandonada pela Noruega. O relato dá mesmo uma justificativa para a Inglaterra ocupar essas ilhas, afirmando que elas haviam sido originariamente conquistadas e colonizadas pelo rei Arthur, em 530 d.C.
Embora as descrições da Groenlândia e de algumas outras ilhas seja parcialmente realista, as terras que descreve ocupando oito a doze graus de latitude a partir do pólo (uma área da ordem de 4 milhões de km²) são obviamente produto de especulação.
O autor supunha que a rocha negra situada sobre o pólo geográfico, com 33 milhas alemãs de circunferência (cerca de 250 km), uma área de 5 mil km²), era toda feita de pedra magnética (magnetita) e seria a fonte da força que atrai as bússolas. Vale notar que Mercator, embora tenha mantido essa rocha em seu mapa, criou uma segunda rocha na localização real do pólo magnético, que à sua época se sabia situada menos ao norte (ele a localizou ao norte do que hoje chamamos Estreito de Bering).
Aparentemente, o autor do texto desaparecido considerou o pólo Norte como a entrada para o Inferno, localizado no centro da Terra. Os quatro fluxos de água seriam a contraparte dos quatro rios que nasciam do Paraíso, cujas águas deveriam ser recicladas em alguma outra parte.